sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Incentivos fiscais

João Pinto e Castro, no blogue jugular publica um artigo sobre o que ele chama "planinho" Barroso.

Nele, começa logo por criticar o tamanho deste plano, dizendo que 1,5% não é suficiente, para uma recessão que através da "paralisia do sistema financeiro ameaça bloquear o funcionamento da economia mundial, algo que, a esta escala, não sucedia há quase oitenta anos". Esta afirmação, que se repete muito ultimamente, é, no mínimo, enganadora. Como afirma Sala-i-Martin, neste artigo, há várias diferenças entre a grande depressão e esta recessão. De facto, 1,5% é um incentivo muito grande.

Pinto e Castro segue afirmando que "[b]aixar impostos não é uma solução, porque, na actualidade, tanto as empresas como os particulares privilegiam o entesouramento como forma de se protegerem contra o risco que adivinham no horizonte". No entanto, como por exemplo o demonstra um recente estudo dos Romers, as descidas temporárias dos impostos em tempos de crise têm de facto um efeito de promover o consumo. Ao contrário disso, há muitos poucos estudos sobre o efeito do investimento público no crescimento.

Pinto e Castro continua citando Keynes que "recomendou a Roosevelt após a sua eleição, do que agora se necessita é de gastar, gastar, gastar. Para evitar ter que gastar mais depois, quando isso for mais difícil e perigoso". No entanto, estudos sobre a grande depressão indicam que o que realmente salvou a economia da Grande Depressão foi a política monetária expansionista(veja-se, por exemplo, este estudo de Christina Romer).

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