quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cá fora é que é

Daniel Oliveira está chateado com o PSD por ter recusado o "grande projecto" de partilha de bicicletas que, como faz questão de frisar, "existe em tantas cidades europeias". As razões invocadas para a rejeição de dito projecto (já vos disse que está em várias cidades europeias) são, vejam lá,"a falta de tradição de tráfego de bicicletas em Lisboa, as condições do relevo da cidade e a a falta de infraestruturas para a circulação em duas rodas".
Outra coisa que Daniel Oliveira se esqueceu de se mencionar é que as cidades (incluindo Aveiro) em que este sistema foi instalado (e foi um sucesso) são , por acaso, cidades, só para teimar, bastante planas. Também comum a estas cidades é o facto de que o uso generalizado da bicicleta como meio de transporte é muito anterior à instalação dos sistemas de partilhas de bicicletas. Aliás, em todas elas, se vêem, coabitando com as bicicletas partilhadas, bicicletas nomais estacionadas por todo o lado.
Acontece que, em Lisboa, ninguém, excepto, um(a) comentador(a) do Arrastão e mais duas pessoas, usa a bicicleta como meio de transporte habitual. Certamente contribui para isso o facto de que a cidade tem, segundo quem as contou 7 colinas, o que tornam a ida diária para o trabalho uma etapa de montanha do Tour de France.

(claro que Daniel Oliveira não se lembrou da nossa cidade que já tem um projecto semelhante, Aveiro, porque os exemplos cá de dentro não interessam e talvez porque, imaginem, foi um presidente da câmara do PSD que as instalou)

2 comentários:

  1. Bruxelas: cidade tão sinuosa como Lisboa, tem um projecto semelhante há dois anos.
    Lyon: cidade tão sinuosa como Lisboa, tem um projecto semelhante que revolucionou a mobilidade na cidade.
    São Francisco: cidade mais sinuosa que Lisboa, vai lançar um projecto semelhante.

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  2. Miguel,
    Desconheço por completo as três cidades que menciona (Excepto São Francisco dos filmes).
    No entanto, acho que a cidade de Lisboa tem várias condições para não ser a cidade ideal para um sistema de bicicletas partilhadas. E como digo, há o facto de que quase ninguém em Lisboa usa a bicicleta como meio de transporte diário. Porque será isso?

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